Orçamento Empresarial - Uma visão completa

Orçamento Empresarial - Uma visão completa


O orçamento empresarial é uma peça fundamental para a boa gestão dos negócios, para a definição de parâmetros de rentabilidade dos acionistas ou sócios, de fixação de metas para os diversos níveis de gestão, enfim uma peça primordial para as boas práticas de governança e direcionamento tático de uma empresa.

A maior parte das empresas foca o processo orçamentário na atividade de projeção dos Demonstrativos de Resultados e do Fluxo de Caixa, com as contas de Receita, Custos e Despesas. Entretanto, para um orçamento eficiente, algumas atividades adicionais são capazes de torná-lo muito mais assertivo e de valor agregado para a empresa. Entre elas:

Projeção de outras peças orçamentárias, como o Balanço e o Fluxo de Caixa Indireto;
Projeção da Necessidade de Capital de Giro – NCG –, analisando também qual o novo comportamento esperado para o giro do estoque, dos recebíveis, e do ciclo operacional, dentre outros;
Um Plano de Ação, com responsáveis e prazos, permitindo que o orçamento não seja apenas um “desejo”, mas tenha ferramentas objetivas que permitam o seu alcance e, no momento adequado, a reorientação das ações. Além disso, o detalhamento tático das ações permitirá o engajamento e a cobrança dos gestores-chave durante o processo da execução orçamentária.
A nossa provocação com esse texto é perguntar-lhe o seguinte:

As equipes operacionais conhecem e estão devidamente instrumentalizadas e engajadas para atingir metas, enfrentar desafios e cumprir as projeções feitas no orçamento?
A sua empresa tem planejadas e registradas as ações que serão implementadas para cumprir as premissas do orçamento?
Essas ações endereçam os verdadeiros direcionadores de oportunidades e de expansão do negócio?
São algumas poucas perguntas que devemos responder antes de dizer que a empresa sabe fazer um orçamento empresarial.

O orçamento não pode ser uma peça gerada somente pela área de Controladoria, ou pela área de Planejamento, ou pela Equipe de Vendas. O orçamento deve ser uma bússola para toda a organização, e precisa detalhar os caminhos efetivos para se atingir os resultados projetados. Este detalhamento dos caminhos servirá como um guia para cada gestor-chave.

Infelizmente, não é o que estamos acostumados a ver por aí na maioria das empresas.

O mais comum é uma mera projeção matemática do que aconteceu no ano anterior e uma extrapolação para o ano seguinte.

Está incompleto!

Este método não permite à empresa capitalizar todo o potencial de melhoria existente.

Esse é o primeiro passo para o fracasso de um processo orçamentário...

O orçamento deve ser uma ferramenta que atenda a alguns requisitos, por exemplo:

Definição de um cenário objetivo para todas as equipes da empresa, ou seja, como a empresa vai se posicionar sobre diversas variáveis: incremento de vendas, equipes, mercados, custos, despesas e rentabilidade do negócio, investimentos em ampliação, dentre outras.
Esses processos vão facilitar sobremaneira a implantação de um verdadeiro plano de ações para o atendimento das metas definidas. Pode acreditar!
A equipe de vendas deve apresentar as condições de mercado: ações dos concorrentes, novos entrantes, força de vendas, etc.;
A equipe de Recursos Humanos precisa dizer como os talentos da empresa vão se adequar às metas definidas;
O plano de produção e a logística precisam definir ações para cumprir os objetivos de vendas;
E assim, por diante.
Diante de tudo isso, não deixe que a sua empresa reaja aos eventos, você deve antecipar as ações.  A peça orçamentária é a ferramenta adequada para essa mudança de atitude na gestão empresarial.

Depois de tudo isso feito e pactuado com todos sobra claramente um objetivo final: o atendimento da remuneração dos acionistas ou sócios. Ou seja, a rentabilidade apresentada no orçamento é a suficiente para atender as diretrizes de remuneração do capital dos acionistas ou sócios? Não sendo, é preciso revisar todo o processo e fazer os ajustes necessários.

Mas, que ajustes?

Ajustes nas projeções de vendas;
Ajustes em custos;
Ajustes em despesas.
Mas, tudo isso precisa estar absolutamente pactuado com todas as forças da empresa. Senão, a ferramenta importante de gestão, que é a peça orçamentária, pode se transformar num verdadeiro cabo de guerra e de conflitos na empresa.

Não podemos deixar de registrar que um ponto fundamental é o acompanhamento do cumprimento das premissas, ou metas, definidas no orçamento, para isso é necessário que a empresa tenha as ferramentas de gestão muito bem desenhadas e disseminadas pela empresa para que seja muito claro para todos as métricas adotadas e a forma de aferição do efetivo cumprimento.

Se a sua empresa se encaixa em alguns dos casos aqui registrados é momento de repensar esse processo.

Muito obrigado.

Adalmir Sampaio Gomes

João Luiz Simões Neves

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